quarta-feira, 27 de abril de 2011

BOLSONARO ATACA NOVAMENTE

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) protagonizou um novo bate-boca na Câmara nesta quarta-feira, ao criticar homossexuais durante uma audiência pública sobre segurança pública.

Bolsonaro voltou a dizer que nenhum pai pode "ter orgulho de ter um filho gay" e atacou o 'kit gay' --vídeos anti-homofobia que o Ministério da Educação estuda distribuir às escolas.

O deputado também criticou a possibilidade de distribuição de livros com a temática GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) para crianças e adolescentes nas escolas e chamou de "vergonhoso" o plano nacional GLBT.

A deputada Manuela D'ávila (PCdoB-RS), que presidia a mesa, advertiu Bolsonaro. "Não aceitaremos ofensas aqui", disse a deputada.

"Vossa excelência se faz de ingênuo", complementou, logo depois, aos gritos, afirmando que o objetivo de Bolsonaro era atingir o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que é gay e defende os direitos GLBT.

"Fiquei profundamente ofendido", reclamou Wyllys, que estava presente na audiência. Em seguida, Bolsonaro afirmou aos gritos que estava sofrendo preconceito por ser heterossexual.

EXÉRCITO

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), principal convidado da audiência pública, entrou na polêmica mais de uma hora depois. Ele disse a Bolsonaro que é preciso respeitar a orientação sexual de todos.

Cardozo aproveitou para lembrar que na antiguidade a homossexualidade era bem aceita inclusive dentro dos exércitos --Bolsonaro é capitão da reserva do Exército.

"Vemos a violência que há contra os homossexuais. E acho que vossa excelência não aprova isso", afirmou o ministro.

Na semana passada, Bolsonaro (PP-RJ) entregou à Corregedoria da Câmara sua defesa sobre acusações de crime de racismo. Ele argumentou que entendeu de maneira equivocada a pergunta feita pela cantora Preta Gil no programa "CQC", da "TV Band".

No dia 28 de março, a cantora perguntou sobre qual seria a reação dele se seu filho se apaixonasse por uma negra. O parlamentar respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu".

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