sábado, 12 de fevereiro de 2011
AGORA É A VEZ DA ARGÉLIA
Um forte esquema policial foi montado neste sábado (12) em Argel, capital da Argélia, para impedir uma marcha de milhares de manifestantes para pedir uma mudança de regime no país.
Policial à paisana detém manifestante durante protesto neste sábado em Argel.De acordo com a agência de notícias France Presse, cerca de 2 mil pessoas forçaram a barreira policial na praça Primeiro de Maio e começaram a marchar em direção à Praça do Mártires, ponto final da manifestação convocada pela oposição no país.
Segundo a BBC, mais de 20 mil integrantes da polícia de choque foram deslocados em Argel para impedir a manifestação popular, que são vetadas no país.
Cerca de 50 pessoas protestaram neste sábado contra o governo na capital da Argélia. Os manifestantes gritam palavras de ordem contra o presidente do país, Abdelaziz Bouteflika, exigindo melhores condições de vida e maior liberdade. Partidários de Bouteflika também estão se organizando e se reunindo nas ruas de Argel.
"Lamento dizer que o governo alocou uma enorme força para impedir uma manifestação pacífica. Isso não é bom para a imagem da Argélia", disse Mustafa Bouchachi, líder da Liga de Direitos Humanos que colabora na organização do protesto.
Na noite dessa sexta-feira, a polícia interveio quando uma multidão tomou as ruas para comemorar a saída do presidente egípcio, Hosni Mubarak, segundo a BBC.
A renúncia do presidente egípcio Hosni Mubarak e a queda do líder da Tunísia, no mês passado, sacudiram o mundo árabe e levaram a muitos a se perguntar qual país poderia ser o próximo na região, onde a mistura de governos autoritários e ira popular é explosiva.
Uma revolta generalizada na Argélia poderia ter consequências na economia mundial, porque o país é um importante exportador de gás e petróleo.O país vive sob um estado de emergência que dura desde a guerra civil de 1992.
No início de fevereiro, o presidente afirmou que esta situação seria suspensa "em um futuro muito próximo".
Argel já teve confrontos entre manifestantes e policiais em janeiro deste ano, em meio a protestos contra o desemprego e os preços dos alimentos, que deixaram cinco mortos e cerca de 800 feridos.
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