sábado, 23 de outubro de 2010

MAIS UMA DO KOTSCHO

Em meio aos números sobre a corrida presidencial divulgados pelo novo Datafolha na noite desta quinta-feira, com Dilma 12 pontos à frente de Serra (56 a 44) nos votos válidos, confirmando as pesquisas anteriores do Ibope e do Vox Populi, o instituto mostra também que o presidente Lula bateu seu próprio recorde mais uma vez, atingindo 82% a avaliação positiva de “ótimo/bom”.

“Esta é também a melhor marca já apurada pelo Datafolha para todos os presidentes civis desde 1985″, constata a Folha. Na outra ponta, o contingente dos brasileiros que avaliam Lula como “ruim/péssimo” caiu para 3%, o menor já registrado desde a posse do presidente, em 2003.

A popularidade dos presidentes costuma cair à medida em que que se aproxima o final dos seus mandatos, mas com Lula está acontecendo exatamente o contrário: a avaliação positiva não para de subir e a negativa cai a índices irrisórios.

Meses atrás, registrei aqui uma curiosidade: enquanto variavam os índices de avaliação positiva do presidente de um instituto para outro, o dos que desaprovavam o governo ficava sempre na marca dos 5%. Por mero instinto de repórter, escrevi que gostaria de saber quem são e o que pensam estes brasileiros.

Cheguei a sugerir que se investigasse (no sentido científico de pesquisar, claro, não no policial, como alguns entenderam) onde vivem, a que categorias sociais pertencem, as faixas etárias e níveis de escolaridade. Diante de tamanha aprovação do governo, esta turma do contra parecia-me um grupo meio exótico, apenas isso.

Teve um bobalhão que me acusou de estar querendo identificar, fichar e mandar esfolar e prender os que se opõem ao governo, como faziam os nazistas, imaginem! _ e teve gente que acreditou… Recebi uma enxurrada de mensagens me esculhambando e outros blogueiros da mesma laia disseminaram a sandice pela blogosfera.

Não tem jeito, não tem volta. Querer explicar qualquer coisa publicada na grande rede é como jogar papel picado pela janela num dia de muito vento e sair correndo atrás para pegar tudo de volta.

O fato é que nos meses seguintes, o índice de “ruim/péssimo” de Lula se estabilizou em 4%, e agora caiu mais um ponto. Em duas manchetes de página (A6 e A7) a Folha atribui a esta estratosférica aprovação de Lula, a pouco pouco mais de dois meses do final do seu governo, o crescimento da vantagem de Dilma na última pesquisa:

“Popularidade de Lula e Nordeste alavancam Dilma”

“Lula, pobres e NE contam história da eleição” (texto assinado pelo colunista Vinicius Torres Freire).

Se realmente a aprovação de Lula constitui um fator decisivo nesta eleição, como diz a Folha, e se as pesquisas estiverem certas, dificilmente este cenário vai mudar nos oito dias que faltam para irmos às urnas.

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