sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
O que é uma bicicleta com roda fixa?
Apesar de parecerem bicicletas convencionais a um primeiro olhar desatento, as fixas diferem delas em diversos aspectos. O principal é não terem roda livre, ou seja, os pedais se movem o tempo todo junto com as rodas.
Por essa característica, os próprios pedais são utilizados para frenagem, o que faz com que tradicionalmente não precisem de um sistema de freios. Também não possuem marchas. Em se tratando de fixas, menos é mais.
Por serem leves, ágeis, demandarem baixa manutenção e não terem peças “roubáveis”, necessitando apenas de uma pequena u-lock ao estacionar, as fixas são muito utilizadas pelos famosos bike messengers de Nova Iorque, que rasgam a cidade em alta velocidade, desviando de tudo e de todos com extrema agilidade.
Primando pela leveza e pela simplicidade, os fixeiros (leia “ficseiros”) capricham nos detalhes, do quadro com pintura especial e selim de couro até o vestuário. Apesar de haver modelos produzidos por fabricantes tradicionais de bicicletas, a maioria das fixas são customizadas, às vezes até montadas em casa com peças compradas por aí. Há até mesmo quadros feitos à mão, personalizados para a alma do dono, como katanas. O dono de uma fixa costuma ter muito orgulho de sua bicicleta.
Quem passa a usar uma fixa integra um novo universo, interessante e diversificado, que envolve bem mais que a bicicleta. Há toda uma subcultura a seu redor, envolvendo moda, comportamento, ideologia e até esporte: o Bike Polo é bastante adequado às fixas.
Cultura roda fixa: livros, música, moda e cinema
LIVRO: Fixa na estante
Existem apenas dois livros específicos sobre fixas, ainda sem tradução do inglês e à venda na Tag. Um deles é o Fixed: Global Fixed Gear Bike Culture, de Andrew Edwards e Max Leonard, que fala da história e da cultura das fixas. O outro é o 42 x 12: The Cult Of Fixed, de Gary Shove e Patrick Potter, que retrata o fenômeno global da roda fixa.
MÚSICA: O som pra pedalar
Em outros países, o pessoal da fixa costuma ouvir música ligada à cultura de rua, como hardcore e hip hop. Não é difícil encontrar um deles ouvindo Black Flag e Dead Kennedys ou grupos de rap fora do mainstream, como Jayren Mychael ou Greg B & Tomorrows Victory. No Brasil a diversidade impera, sem um gosto musical definido. Na Tag and Juice, por exemplo, toca pop, rock ou eletrônico, dependendo do público e de quem estiver na picape.
MODA: Bike também no estilo
A currier bag é quase um item de fetiche: uma mala espaçosa e resistente (inclusive à chuva pesada), boa para carregar entregas, mas também adaptada como cooler para cerveja e gelo. No mais, vestindo o biker, bermuda, jeans ou calça de sarja, nunca muito larga, camiseta de algodão e boné. E tatuagens completam o estilo.
CINEMA: Rodas na telona
No início de 2012 deve entrar em cartaz o filme Premium Rush, da Columbia Pictures, que conta a história de um currier de Nova York que usa uma fixa para trabalhar, mas acaba perseguido por um policial corrupto. Agora, para conhecer um pouco da história das fixas em São Francisco, o DVD Mash SF é uma boa. Produzido pela principal loja de fixa na cidade norte-americana (www.mashsf.com), o filme acompanha um livro sobre os bastidores do documentário. E na internet fervilham vídeos de ação. Acesse, por exemplo, o site www.macaframa.com ou www.tagandjuice.com.br/blog/.
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