sábado, 25 de fevereiro de 2012

Massa Crítica em Cachoeira do Sul - do blog Cicloativado


Texto escrito por tw ( um anônimo do coletivo )


Escrevo ainda sob os efeitos e o quase-domínio da forte emoção pelo que eu vivenciei hoje. Melhor assim.

No início deste ano, uma pessoa que para mim é uma referência nos lançou por email, como flechas, as seguintes palavras amargas mas verdadeiras:

“vejo o mundo inteiro e os arredores funcionando, empolgado, vibrante. e nós aqui, cachoeira do sul, apáticos, cabisbaixos e desmobilizados.”

Pois o que eu vi hoje é que uma cidade “funcionando, empolgada, vibrante” é possível, mesmo que ela seja Cachoeira do Sul. Sim, eu enxerguei 32 células pulsantes, com suas camisetas brancas pedalando em seus veículos e, em cada olhar, pude perceber um ânimo diferente, que ainda não tinha verificado em nenhuma das massas anteriores.

Parece que a nossa expectativa – gigantesca nesses últimos dias, estou errado? – ganhou de presente um evento ainda maior do que ela.

Não foi apenas um passeio, não foi meramente uma pedalada. Não, o ATIVISMO estava pulsando ali, talvez motivado pelo clima que se instaurou desde a preparação lá na praça: todo mundo enchendo balões, escolhendo plaquinhas com frases para prender nas bikes, recebendo panfletos que depois seriam distribuídos na sinaleira, preparando-se ansiosos com seus apitos. (Aliás, acho que isso foi de fundamental importância para gerar um clima comunitário e ativista no grupo, e penso que devemos repetir nas próximas massas).

Meus ouvidos vibraram ao ouvir os gritos de “bicicleta!!!” e, em resposta, o coro de “um carro a menos!!!”

Iluminada por Deus e bonita por natureza é a pessoa que teve a feliz ideia de fixar uma bicicleta branca num poste. No mesmo momento, outrxs distribuíam panfletos a motoristas, que nos agradeciam gentilmente com sorrisos. É bem verdade que, com os sorrisos e os lindos olhares das nossas ativistas, não tem cara amarrada que resista.

Agora mesmo, acabo de ficar sabendo que um guri dos seus 10 ou 12 anos – que implorou ao pai para ir na massa mas não pôde porque era o dia do seu aniversário – declara que ouvir os ciclistas cantarem parabéns a você, na frente da casa, foi o melhor presente que poderia ter recebido (e quando escrevo isso meus olhos embaçam, droga!).

Enfim, repito o que disse em resposta àquela querida pessoa que acusou os cachoeirenses – com razão – de apáticos e desmobilizados: vamos em frente, de espinha ereta e coração tranquilo!

tw

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