Artigo publicado, originalmente no Jornal do Povo.
Após uma eleição procuramos buscar as razões de uma vitória e as razões de uma derrota. Cachoeira do Sul, por exemplo, protagonizou uma vitória de Serra, contrariando uma tendência da região e da própria eleição estadual. Várias hipóteses foram levantadas. Levantarei aqui mais duas: o antipetismo no estado e o sectarismo petista na cidade.
O antipetismo é o maior partido do RS. Com o enfraquecimento dos partidos de centro e de direita só lhes restaram formar frentes oposicionistas, ou depois buscarem ocupar cargos no governo. Como o PDT, que apoiou Fogaça e na primeira oportunidade desdiz tudo aquilo que disse de Tarso. Ou o PTB e sua neutralidade. Mas ambos, não eram tarsista de primeira hora. No estado há uma rivalidade Gre-Nal na política. De um lado os petistas e do outro os demais. Na campanha se ouviu muito: Lula faz um bom governo, mas não voto em PT. Por certo muitos dos que lêem esse artigo, nesse momento, pensam dessa forma e não votam de jeito nenhum no Partido dos Trabalhadores. Essa é a sua essência. E por certo contribuiu significativamente para Dilma não ter o sucesso esperado em nossa cidade e ter atraído pouquíssimos votos de Marina, por exemplo.
De outro lado, também contribuiu para a derrota de Dilma em Cachoeira, uma das razões fundantes do antipetismo e que em nossa cidade ainda permanece latente: o sectarismo de seus militantes. Muitos tratam o partido, como se revolucionário fosse, não acreditando que militam em um partido social-democrata de esquerda. Não admitem composições e muito menos apoios. Eu mesmo já fui vítima desse sectarismo, quando abri meu voto para Dilma, tendo sido chamado de oportunista e sei lá mais o quê por alguns militantes, enquanto em POA o tratamento dado é bem outro. Ora, esse tipo de atitude, apenas reforça a primeira razão aqui exposta, para explicar essa refração ao partido. E sei que aconteceu com mais de uma dezena de pessoas. Talvez por aqui, esteja mais do que na hora de repensarem as estratégias e tirarem de seu estatuto a necessidade de ser sectário, para ser filiado ou simpatizante dos candidatos petistas, ou então, demorarão a ser um partido de mais de seis mil votos.
A idéia do artigo é lançar novas considerações sobre a derrota de Dilma, deixando de lado as razões superficiais, como o apoio ou não de deputados ou simplesmente jogando culpa a uma parcela da sociedade que resolveu não votar na presidenta, chamando-a de conservadora ou oligárquica, como se adjetivos mais duros fossem capazes de explicar, simplesmente. Não vivemos em uma ditadura, onde há ninguém é dado o direito de discordar de uma candidatura. A discordância existe e deve ser respeitada e o convencimento deve se dar com a dialética, e não com a agressão. Não se pretende aqui e nem se poderia, julgar pessoas ou ações. Apenas contribuir para a reflexão de idéias, que por certo sei não são as majoritárias dentro deste importante partido. Essas são as hipóteses que levanto. Posso estar certo ou errado. Mas é a minha análise sobre o desempenho da nossa presidenta, aqui. Escrevi e assino embaixo.
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