segunda-feira, 13 de setembro de 2010

NOTÍCIA REQUENTADA

A “denúncia” da revista Veja só tem de novo a notícia da participação do filho da ministra Erenice Guerra em uma contratação sobre a qual os próprios Correios já tinha dado esclarecimentos no dia 2 de setembro, portanto uma semana antes da matéria da veja sair, respondendo a acusações do Estadão. A empresa MTA, da qual faria parte o Sr. Fabio Baracat, já que a outra empresa denunciada, a Vianet Express, prova com documentos que ele não pertence a seus quadros, ganhou uma licitação realizada em pregão eletrônico -os Correios sustentam, em nota, hoje, que não há nenhuma contratação por dispensa de licitação.
Vamos ver o que diz a matéria da Veja, publicada na noite de sexta-feira, dia 10 de setembro:
“Em abril do ano passado, o paulistano Fábio Baracat, dono da ViaNet Express, empresa de transporte de carga aérea e então sócio da MTA Linhas Aéreas, queria ampliar a participação de suas empresas nos Correios. A idéia era mudar as regras da estatal, de modo que os aviões contratados por ela para transportar material também pudessem levar cargas de outros clientes. Isso elevaria o lucro dos empresários.
Baracat também desejava obter mais contratos com os Correios. Ele chegou ao nome do filho de Erenice por indicação de um diretor dos próprios Correios. Diz Baracat: “Fui informado de que para conseguir os negócios que eu queria era preciso conversar com Israel Guerra e seus sócios”. O empresário encontrou-se com o filho da então secretária executiva de Dilma e o assessor Vinícius Castro. Explicou a eles o que queria – e ouviu a garantia de que poderiam entregar ali se encomendava.”
Ocorre que os Correios, no dia 2 de setembro, respondendo a editorial do Estadão que criticava a empresa, havia emitido nota oficial onde informava que a tal empresa MTA, vencedora da licitação, havia sido desclassificada por irregularidades na documentação. E que estava operando o contrato por decisão judicial, concedida pelo Tribunal regional federal de brasília , da qual os Correios estavam recorrendo, para cassa-la.
Há, portanto, algo muito estranho nisso. Uma empresa que se valia de lobby tão alto é desclassificada, ganha na Justiça o contrato e os Correios ainda recorrem para tirá-la do contrato? Que lobby seria esse, o que faz perder contratos ganhos em pregão eletrônico?

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