Meus colegas de jornal e de fórum do leitor, não me convenceram acerca das cotas. Continuo achando que aqueles que são contra, pecam pela coerência. Defender uma tese baseado apenas em convicções preliminares é um tanto perigoso. Agarrar-se ao princípio da igualdade, também. Quem como apenas uma vez por dia não é igual a quem come três vezes ao dia, por exemplo.
O Juremir Machado no Correio do Povo ilustra muito bem esta discussão. Assim como eu, foi do interior para a capital (fomos contemporâneos no movimento estudantil da PUC) e conhece muito bem a realidade da Universidade Pública e principalmente, o que significa, para alguém que não tem dinheiro, custear o ensino privado. Pois bem, ele relata uma pesquisa na qual apenas 2% dos alunos da UFRGS são negros e apenas 0,2% dos professores são afro-descendentes. Aliás, como bom polemista tem defendido as cotas raciais e uma nova modalidade de seleção, que seria pelo sorteio.
Em minhaS coluna anteriores nem cheguei a entrar na questão envolvendo a cor da pele, como critério de ingresso. Fiz uma provocação subliminar sobre as cotas até para ver o índice de preconceito contra o pobre que temos em nossa cidade. Se pegarmos os dados que existem em cada instituição pública de ensino superior, veremos que cerca de 90% das vagas estão nas mãos da classe média e classe alta. Neste sentido alguma coisa está errada ou devemos indagar: os pobres são burros ou sistema de seleção é segregacionista? Até onde sei os pobres são maioria neste país.
Não defendo a exclusão de ninguém. Só a inclusão. Defendo que os ricos e a classe média freqüentem a escola pública. Até porque se forem proibidos ou excluídos, certamente teremos um sucateamento desta modalidade de ensino. Mas precisamos de uma maior diversidade. Garantir que aquele menos aquinhoado possa estudar faz parte do sentimento cristão e humanitário que deve permear as políticas públicas neste país. Sou a favor das cotas por renda, pois é sim, a forma mais justa de garantir para todos o acesso universal a educação. Escrevi e assino embaixo.
Um comentário:
Prezado Mahfus:
perdôe-me, mas discordo de vc. Não há o que se falar em inclusão/exclusão quando o que está em jogo é o mérito acadêmico. E tem mais: as pessoas não estudam não porque não querem ou porque não dispõem de dinheiro, mas por uma questão cerebral. Estou convencido que o problema é genético. Por que a ciência moderna surgiu apenas no âmbito europeu anglo-saxão? Não é porque são brancos. Outras variáveis se interpõem, não? Uma delas bem que pode decorrer do processo evolutivo da espécie. Estou também convencido que não estamos longe da constatação científica daquilo que é respeitante ao meu insight.
Cordial abraço do
Aluízio Amorim
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