segunda-feira, 20 de outubro de 2008

MERITOCRACIA: OU COMO A EDUCAÇÃO PODE EMBURRECER A SOCIEDADE

Resolvi escrever este texto baseado na reportagem assinada pelo José Ricardo Gaspar do Nascimento na sexta passada, no Jornal do Povo de Cachoeira do Sul. Com sua inteligência peculiar abordou um tema fantástico e que deve ser sim, discutido até a exaustão, que é a chamada meritocracia.
Quero fazer uma discussão inicial na educação. Vejam, por exemplo, o caso de um professor de ensino superior. Ele ganha “X” reais por hora-aula, independentemente da avaliação institucional ou dos resultados obtidos com seus alunos. Portanto, o desempenho melhor ou não dele depende apenas de critérios subjetivos próprios. Cansei de ouvir por corredores de faculdades, colegas dizendo-me que meu esforço em ensinar era em vão, pois no final do mês todos nós ganharíamos à mesma coisa. Ou seja, pelo sistema eu sou um idiota, porque me esforço para ensinar.
A mesma coisa acontece na relação envolvendo a aprendizagem. Criamos a cultura do tratamento igualitário. Nossos pensadores em educação, quase todos com formação marxista se esquecem que vivemos em um mundo capitalista. Que precisamos fomentar a disputa e oportunizar que os melhores sejam premiados. Salários dignos aos professores, pragmatismo e meritocracia na sala de aula, pode ser a oportunidade para que a educação do país alcance níveis razoáveis. Precisamos focar no seguinte: a finalidade da educação é a aprendizagem e a formação profissional. Qual a política das escolas para os melhores alunos? Nenhuma. Preocupam-se apenas com aqueles com baixo rendimento escolar. No final, os bons e os ruins, tornam-se medíocres.
Falem o que quiser. Chamem-me de reacionário, conservador ou até de idiota. Mas ninguém consegue me explicar porque um aluno do Colégio Militar ou da Escola Tiradentes, por exemplo, passa em qualquer vestibular, e os alunos das escolas “alternativas” que sentam em círculos para discutir “sexo dos anjos” têm que freqüentar cursinho pré-vestibular para ingressar em uma universidade pública. Por isso pouco importa se o futuro secretário municipal de educação é oriundo da escola estadual ou municipal. Até porque as escolas pouco precisam dele. Se o futuro prefeito quer mesmo inovar, que trace uma meta: até 2012 todas as crianças da primeira série devem estar plenamente alfabetizadas. Caso contrário servirá o secretário ou a secretária, apenas para participar de quermesses e rondas crioulas. Escrevi e assino embaixo.

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