Gosto muito deste jargão popular, que exprime uma certa incredulidade com fatos, que para nós deveriam ser de um jeito, mas os outros, seja por pouca inteligência ou qualquer outra coisa, o fazem de outra forma. Talvez isso explique o porquê cada vez mais às pessoas se afastem da vida pública, ou como eu, que estiveram nela, rezem todos os dias para nunca mais ser preciso nela entrar.
A PEC dos vereadores, por exemplo, é um caso paradigmático. Eu, particularmente, sou a favor de uma adequação numérica nas Câmaras. Já escrevi sobre isso outras vezes. Mas nesse momento, ao apagar das luzes, mudarem as regras do jogo, é golpe. Não tem outro nome. Ou, aliás, tem outro nome, é sem-vergonhice. Ou será que não sabiam que a PEC, ao ser modificada, deveria passar por segundo turno? Ou pior: iriam rasgar a Constituição não respeitando as resoluções do TSE? Pelo amor de nosso Santo maior, Deus é brasileiro e nos poupou de mais este absurdo.
Outra situação inusitada é em relação ao Concurso Público que aconteceu em nossa cidade. Esperamos dezenas de anos para regularizar os cargos da Prefeitura. Convenceu-se o meio político da necessidade do concurso. Milhares de pessoas o fizeram e centenas passaram, em razão da existência de vagas, que até então eram preenchidas por CCs ou contratados. Agora querem impedir as pessoas de serem nomeadas? Que absurdo é esse? É ilegal? Então, senhor Prefeito eleito, o seu primeiro ato deve ser mandar PL para a Câmara extinguindo as vagas. Mas não se esqueçam: não teríamos concursados, mas também não teríamos CCs. Até porque, se me lembro bem, ao menos em relação aos agentes de saúde e os médicos, foi o próprio Ministério Público quem obrigou ao Município a realizar dito concurso. Nesse sentido, aliás, ressalte-se que o STJ tem entendimento cristalino sobre a necessidade e obrigatoriedade das nomeações, sob pena de improbidade, já do atual prefeito.
Sei que não é fácil. Quando escrevemos sobre política, precisamos de mais espaço, ou mais dias. Uma vez por semana é pouco. Até ia me esquecendo da mesa da Câmara que o PMDB jogou pela janela a sua participação, em uma composição pluripartidária de cinco partidos e a deu “de mão beijada”, os quatro anos para a oposição. Até não sei se não quiseram colocar uma bola nas costas do prefeito eleito, que foi o maior prejudicado. Escrevi e assino embaixo.
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